Escritoras Negras

Com o intuito de apresentar e incentivar a leitura de produções realizadas por escritoras negras, tema do próximo roda (29/07), a equipe do Roda Leitura trás esta lista.

Alice Walker

Alice nasceu na Geórgia, Estados Unidos, em 1944. Quando tinha apenas oito anos sofreu um acidente que a deixou cega de um olho, após isso começou a se dedicar mais a leitura e escrita. Por causa da enorme segregação racial da época sofreu muitos preconceitos e passou a sofrer ainda mais em 1967 quando se casou com Melvyn R. Leventhal e se mudaram para o Mississípi se tornando o primeiro casal inter-racial do estado. 

Produziu e ainda produz uma enorme quantidade de trabalhos que abrangem romances, contos e poesias. Sua obra mais famosa é com certeza “A Cor Purpura” (1982) que em 1983 recebeu o prêmio Pulitzer. Além destas ainda podemos destacar “De Amor e Desespero” (1998), “Once: Poems” (1968) entre outras. 

“Ele me bateu hoje porque disse queu pisquei prum rapaz na igreja. Eu podia tá cum uma coisa no olho, mas eu num pisquei. Eu nem olho prus home. Essa é que é a verdade. Eu olho pras mulher, sim, porque num tenho medo delas.”

A cor Purpura (1982)

Ana Maria Gonçalves 

Ana Maria Gonçalves nasceu em 1970 no estado de Minas Gerais. Residiu e trabalhou como publicitaria em São Paulo por treze anos, até se mudar para a ilha de Itaparica onde começou a escrever. Possuidora de uma visão critica está sempre engajada em debates tanto no Brasil quanto no exterior.

Escritora de romances, sua obra mais conhecida é “Um defeito de cor” (2006) que trata sobre a viagem, da africa para o brasil, de uma senhora em busca de seu filho. Em meio a travessia a senhora conta sua triste historia de vida marcada de mortes, estupros, violência e escravidão.

“Não nos davam comida todos os dias, e me acostumei a isso. Acho que todos nos acostumamos, gostando de uma certa sensação de conforto causada pela fome e pela fraqueza. Era como se o espírito se separasse do corpo e ficasse livre e solto, tanto da carne quanto do porão do navio.”

Um defeito de cor (2006)

Chimamanda Ngozi Adichie

Chimamanda nasceu na Nigéria em 1977. Fez faculdade e mestrado nos Estados Unidos onde reside atualmente junto com seu marido e sua filha. Ela é reconhecida como uma das mais importantes e  jovens autoras anglófonas de sucesso.

Possui uma grande coleção de obras que abarcam romances, contos e manifestos que tratam sobre igualdade de gênero e raça. Suas obras mais conhecidas são: “Hibisco Roxo” (2003), “Meio Sol Amarelo” (2006), “No seu pescoço” (2009)​, “Americanah” (2013)​, “Sejamos Todos Feministas” (2014)​, “Para Educar Crianças Feministas – Um Manifesto” (2017)​. Sendo a obra “Sejamos Todos Feministas”, originalmente uma palestra dada ao redor do mundo em conjunto com TED Talks.

“Se repetimos uma coisa várias vezes, ela se torna normal. Se vemos uma coisa com frequência, ela se torna normal.”​

Sejamos Todos Feministas (2014)

Eliana Alves Cruz

Originada do Rio de Janeiro em 1966. Formada em jornalismo atua hoje como chefe do Departamento de Imprensa da Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos, sendo também vice-presidente do Comitê de Mídia da Federação Internacional de Natação – FINA, além de se dedicar a escrever grandes obras.

Seu livro mais conhecido é “Água de Barrela” que narra a historia de uma família desde os tempos da escravidão, este livro ganhou o prêmio Oliveira Silveira. Além disso seu mais novo romance “O Crime do Cais do Valongo” também já é um grande sucesso.

“No fundo, ela achava que o que se queria mesmo era que tudo fosse mergulhado nessa água que branqueia. As roupas, as vidas, as pessoas. Todos mergulhados na água de barrela. Riu intimamente, imaginando a cena. Cem anos. Não entendia por que comemoravam com aquela explosão de alegria alguém que durou tanto. Olhava-se no espelho e não gostava de se ver tão velha, apesar de ter a pele surpreendentemente viçosa para alguém que estava prestes a soprar cem velas.”

Água de barrela(2016)

Lilian Rocha

Lilian Rose Marques da Rocha é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Formada em farmácia já escreveu dois livros e participou de diversas antologias poéticas. Sua escrita é marcada pela resistência e suas temáticas são sobre feminismo e raça.

Negra
Negra
Palavra
Bendita
Que saiu
De tua boca
Como um insulto
E que transcende
Em minha dança
Em minha história
Em minhas crenças
Em minha luta
Em minha vitória
Que corporifica
Em meu sorriso
De perplexidade
Da tua pobre
Medíocre ignorância!

Maria da Conceição Evaristo de Brito

Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu em 1964, em Belo Horizonte.

Formada em letras pela UFRJ, trabalhou como professora de rede pública. E em seu mestrado em literatura brasileira, pela PUC, escreveu a dissertação “Literatura Negra: uma poética de nossa afro-brasilidade” (1996). Já em seu doutorado, sobre Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense, sua tese foi “Poemas malungos, cânticos irmãos” (2011). Além disso foi em 1990 que entrou de vez na literatura, suas obras encorporam contos, crônicas, romances, poemas e ensaios. Suas principais produções são “Ponciá Vicêncio” (2003), “Becos da memória” (2006) e “Olhos D’água” (2014).

Menina
Menina, eu queria te compor
Em verso,
Cantar os desconcertantes
Mistérios
Que brincam em ti,
Mas teus contornos me
Escapolem.
Menina, meu poema primeiro,
Cuida de mim

Maria Firmina dos Reis

Maria Firmina dos Reis nascida em 1822, sendo natural de São Luiz do Maranhão. Teve um infância difícil tendo que conviver com o enorme preconceito da época, além disso sem o nome do pai na certidão e órfã de mãe aos 5 anos foi criada pela tia, que acabou sendo crucial em sua vida. Maria foi uma mulher revolucionaria se formando no magistério, exercia a profissão de professora, tendo ganhado o titulo de “Mestra Régia”, além do mais foi a primeira pessoa do Brasil a formar uma escola mista e gratuita, que infelizmente fechou as portas por causa das repercussões.

De mesmo modo revolucionário é considera a primeira romantista brasileira e seu romance “Úrsula” foi a primeira obra publicada de uma mulher negra da America Latina. Infelizmente ela faleceu em 1917 pobre e cega. Além de “Ursula” ela teve outras publicações importantes como “Gupeva” (1861), “A escrava” (1887) e “Contos á beira-mar” (1871)

Ela!
 
Ela! Quanto é bela, essa donzela, 
A quem tenho rendido o coração! 
A quem votei minh’alma, a quem meu peito 
Num êxtase de amor vive sujeito… 
Seu nome!… não – meus lábios não dirão!


Ela! minha estrela, viva e bela, 
Que ameiga meu sofrer, minha aflição; 
Que transmuda meu pranto em mago riso. 
Que da terra me eleva ao paraíso… 
Seu nome!… Oh! meus lábios não dirão!


Ela! virgem bela, tão singela 
Como os anjos de deus. Ela… oh! não, 
Jamais o saberá na terra alguém, 
De meus lábios, o nome que ela tem… 
Que esse nome meus lábios não dirão.

Maya Angelou – Marguerite Ann Johnson

Marguerite Ann Johson nasceu em 1928 em St. Louis (EUA) e teve uma infância cheia de traumas. Quando tinha somente 7 anos foi estuprada pelo namorado da mãe, por causa desta agressão passou cinco anos sem falar. Além de tudo ainda se sentia culpada pela morte de seu agressor, já que seus tios o mataram. Suas história foi publicada em 1969 por ela mesma com o pseudônimo de Maya Angelou e foi um grande sucesso que se estendeu para seus poemas. Marguerite foi uma grande ativista pelo direitos dos negros e durante toda sua vida fez grandes contribuições para este movimento. Lamentavelmente Maya faleceu em 2014.

Insone
Há certas noites em que
o sono se faz de pudico,
distante e desdenhoso.
E todos os ardis
de que tenho me valido
para ganhar os seus favores
são inúteis como orgulho ferido,
e muito mais dolorosos.

Mel Duarte

Mel Duarte nasceu no ano de 1988 em São Paulo. Tomou interesse pela escrita aos 8 anos e desde 2006 atua com literatura e participa de saraus. Já publicou os livros “Fragmentos Dispersos” (2013),  “Negra Nua Crua” (2016) e “Negra Desnuda Cruda” (2018).

Preta:
Mulher bonita é a que vai a luta!
Que tem opinião própria e não se assusta
Quando a milésima pessoa aponta para o seu cabelo e ri dizendo que ele está ‘’em pé’’
E a ignorância dessa coitada não a permiti ver…
Em pé, armado, 
Foda-se! Que seja!
Pra mim é imponência!
Porque cabelo de negro não é só resistente,
É resistência.

Zadie Smith

Zadie Smith nasceu em Londres no ano de 1975. Estudou literatura em Cambridge e é considera uma das vozes mais destacadas na literatura inglesa. Suas obras abarcam romances, poemas e artigos. Suas publicações mais famosas são “Dentes Brancos” (2000), “Sobre a Beleza” (2005) e “O Caçador de Autógrafos” (2006).

Quando a hora de Tracey chegou, não havia ninguém para guiá-la na transposição do limiar, para aconselhá-la ou mesmo informar que se tratava de um limiar. Mas seu corpo estava se desenvolvendo mais rápido que o de todas as outras, portanto ela precisou improvisar, tomar suas próprias providências. Sua primeira ideia foi a de se vestir escandalosamente. Botaram a culpa na sua mãe – elas costumam levar a culpa –, mas tenho certeza de que sua mãe mal sabia da metade da história. Ela sempre estava dormindo quando Tracey saía para a escola e fora de casa quando retornava. Tinha finalmente encontrado um emprego, acho que fazia faxina num prédio de escritórios em algum lugar, mas a minha mãe e as outras mães desaprovavam seu emprego quase na mesma medida em que antes desaprovavam seu desemprego. Antes ela era uma ‘má influência’, agora ‘nunca estava em casa’. De algum modo, tanto sua presença quanto sua ausência não prestavam, e a maneira como passaram a falar de Tracey foi atingindo contornos trágicos, pois apenas os heróis trágicos não têm escolhas à disposição, nenhuma rota alternativa, apenas destinos inevitáveis.”

Ritmo Louco (2018)
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Obrigada!

Nós, do projeto de extensão do Roda Leitura, agradecemos a presença e participação de todos. Assim como deixamos um convite para os próximos que virão.

Deixo abaixo algumas imagens do evento para incentivar e celebrar as participações.

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Roda Leitura

O primeiro Roda do ano acontecerá em breve, venha participar e traga amigos!
P.S. se você quiser traga chimarrão, pipoca ou qualquer outro alimento que desejar.

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